A volta dos que não foram

4 agosto, 2015

Este blog foi criado em 2008 por este que vos escreve com o objetivo de servir como um laboratório de ideias de – naquele momento – um proto-jornalista. Por duas vezes este blog foi ‘desativado’ por razões corriqueiras da vida, sendo a última por longos cinco anos até o presente momento.

Aquele proto-jornalista cheio de esperanças e ideologias já se formou e à época, viu que a realidade é completamente diferente do mundo das ideias. Ao contrário do senso comum, deixou tudo o que não tinha para trás e foi viver a vida. Percorreu por terras exóticas, viveu experiências do outro lado do mundo, e hoje mora em Montevideo, Uruguai.

Não há queixas dos últimos anos, apesar de 2014 ter sido pesado demais. Especialmente o inverno com o seu frio e seus dias gris. Que deixa tudo gris, até o mais feliz dos viventes. O frio que nos presenteia com uma melâncolia, uma nostalgia, uma agonia…

Por sorte o inverno dura três meses e logo vem a primavera, abençoada com o abrir das flores e que chega ao som de tambores de Candombe, avisando que chegou a hora de direcionar a vida para o rumo desejado.

Após todas as tormentas passadas, o sol brilhou por muitos dias seguidos, e apesar de ser inverno novamente, o estado de espírito é outro. Um muito melhor. E é neste astral que eu dou o reinício aos trabalhos deste blog, buscando utilizá-lo como uma alternativa a ditadura Facebookiana, onde todos acreditam que aquela página é o muro das lamentações.


Verde (ou colírios para os olhos)

15 dezembro, 2010

Apesar da alegria que lhe tomava conta devido aos acontecimentos recentes ao longo do dia, ele havia chego no “brilho” em casa e não tinha planos para sair. Seus amigos da faculdade lhe telefonaram para uma cerveja amiga, porém, é de conhecimento de todos os bons bebedores, que não existe UMA cerveja amiga. Elas normalmente ultrapassam a contagem dos dedos das mãos.

Mas como suas duas últimas semanas foram regadas a largas noites trocadas pelos dias, seguido de muita coca-cola nas manhãs seguintes e sua alegria contagiante ainda pulsva em seu sangue, não soube dizer não e mais uma vez brincou de ser morcego pela noite.

Com a facilidade de um carro tudo fica perto, considerando também o tamanho da pequena cidade. Em poucos minutos os quatro foram para um lado que não é muito frequente por eles, mas que também trás boas opções. Não só boas como novas, pois acabaram entrando em um antro, uma casa – ou como queiram chamar -, que nunca haviam ido.

O local estava bem vazio, apenas um dos dois andares estava aberto ao público, e mesmo assim, parte da área ocupada estava fechada também. Entretanto, deve ser levado em consideração que se tratava de uma terça-feira de dezembro, período que a galera tá atolada com seus trabalhos finais.

Ao lado do bar, cada um com seu copo de cerveja, apreciavam um bom rock’n roll enquanto adimiravam as garotas ali presentes.

Um degustava sua cerveja, o outro dançava loucamente. O terceiro trovava a bargirl, seja pra levar pra casa, seja conseguir desconto na próxima bebida, e ele escorado em uma parede, só observando tudo que acontecia por lá. Nada escapava de seus olhos: as rodas de dança, as garotas, o DJ mixando o som, a bargirl, a galera jogando conversa fora no balcão, os casais sentados nas mesinhas do fundo…

Foi então que ela apareceu. Discreta e sozinha. Não é qualquer um que notaria sua presença logo de cara. Cabelo preso, levemente caído, calça jeans, um sapato de salto com os pés a mostra  e uma camiseta cinza com a gola propositalmente cortada  e com o Zé Carioca estampado.  “Meu Deus, quem é que vai pra uma festa com uma camiseta com o Zé Carioca estampado? Quem é que tem uma camiseta com o Zé Carioca estampado?”, pensou. Era muita ousadia. Ela conseguia chamar atenção e ser discreta ao mesmo tempo. Provocante e modesta.

Atravessou o salão séria com uma garrafinha de água em uma das mãos. Parou perto do balcão e enquanto parecia que procurava alguém conhecido, se divertia com os raios de luz, tentando pegá-los, como se nunca tivesse ido a uma festa.

Ao perceber que estava sendo observada, abriu um singelo sorriso. E que sorriso! Ele durou por poucos segundos, mas foi o suficiente para perceber sua sinceridade e suas covinhas.

Mas foi só. Apenas uma rápida troca de olhares e a apresentação de um belo sorriso. Logo ela já encontrara os amigos que procurava e como se estivesse saltitando, foi de encontro a eles.

Provavelmente ela era dançarina. No seu caminhar já era visível uma leveza distinta. Sua cintura e seu tronco pareciam dois corpos distintos. Quando ela entrou na dança ela mexia todos as partes do corpo de uma maneira sincronizada e perfeitamente proporcional.

Ele não conseguia tirar os olhos dela. Estava hipnotizado. E como não estaria…ela transbordava sensualidade. Mas não era para qualquer um. Apenas para aqueles que sabem admirar sem “babar”.

Era definitivamente um colírio para os olhos em plena terça-feira. (fato que não acontece nos finais de semana).


Cigarro e jornalismo

23 setembro, 2010

Apesar de não ser fumante, eu realmente acredito no poder que ele exerce na cabeça das milhares de mentes brilhantes espalhadas pelas mais variadas salas de redação do mundo. Talvez por se tratar de uma profissão demasiadamente estressante, o cigarro sirva como uma fuga das demais preocupações mundanas para que o jornalista se concentre única e exclusivamente no seu texto.

Na verdade, penso que há uma relação além disso. Rola uma sinceridade entre as reflexões do jornalista e as fumaças do cigarro. É como se aquelas nuvens de carbono abrissem portas de percepção e sensibilidade, criando um novo mundo de possibilidades nos pensamentos vagos do artista e escritor.

Melhora (ou piora, para os não fumantes como eu) quando estas mentes brilhantes se reunem, não só para fumar os seus cigarros, mas para compartilhar suas ideias. E estas ideias começam criando asas, até que as fumaças, como em uma dança se misturam, passando a tomar formas, que posteriormente são transformadas em textos de genialidades ímpares.

Mas como qualquer outro vício, o do cigarro é algo muito particular. Por isso, há quem, de maneira eogista (para a minha alegria), ou não, prefira simplesmente fumá-lo na individualidade do seu lar, ou, do seu momento de produção. E outros somam a este vício, o de tomar café, chimarrão, cerveja, cachaça, tequila, whisky…

É claro, cada uma dessas bebidas também trazem um pouco da sua particularidade (tudo na minha humilde opinião, é claro) mas que também tem o seu charme e influência na arte da produção de uma notícia.

Entretanto, falarei sobre estes vícios em outros posts…


O gancho do Capitão Gancho (parte 2)

22 abril, 2009

Agora passemos este exemplo de proporções micro, para um tamanho maior, de envolvimento e participação, mesmo que indireta, de todos os cidadãos.

Todo mundo aqui paga, ou deveria pagar, regularmente seus impostos. Impostos esses, que não são nada baratos, assim como as mensalidades da Unisinos, que além dos repasses, investem em coisas que a gestão atual acredita ser de interesse ou agrado do bem comum da comunidade acadêmica da universidade. Hoje priorizam uma coisa, amanhã outra gestão priorizará outra.

Bem, isso acontece, ou deveria acontecer, também com nossos impostos. Assim como a mensalidade, deveriamos ter um retorno daquilo que pagamos com as taxas e tudo mais.

O imposto que pagamos deveria suprir nossas necessidades básicas como: saúde, educação, saneamento, segurança…, como dizem que deveria ser uma democracia. Porém, com uma má gestão, não é bem assim que a banda toca.

Na real, eu nem falaria em má adimistração. Eu diria sacanagem mesmo. A maioria dos políticos usam do dinheiro público para benefício próprio, como por exemplo, o caso do uso indevido das cotas de passagens áereas.

Mais de 200 deputados, de um total de 513, utilizaram das cotas para viagens a passeio pelo Brasil, Estados Unidos e Europa. E se não bastasse, usaram de suas cotas para “ajudar” seus parentes ou amigos a viajarem também, nestes “passeios” de férias, ou não.

Eu, particularmente, não sou contra que os Deputados tenham cotas para viajarem pelo Brasil e exterior, contanto que a viagem feita tenha como finalidade alguma atividade política. Também não sou contra que os deputados utilizem de suas cotas para custear a viagem de terceiros com a mesma finalidade.

Mesmo que eu fosse contra, isso é claramente autorizado pelo regimento interno da Câmara, que prevê que as cotas são de uso para atividades políticas.

Uma volta rápida a análise micro das coisas…

A grana que o DA recebe da Unisinos, pra mim, pode, e deve, ser investido em encontros de estudantes, seja ele em Caxias do Sul, Curitiba ou São Luis do Maranhão. Mesmo que representando o diretório só vá uma única pessoa. É o uso do dinheiro público para uma viagem, com uma finalidade política.

Porém, se algum DA ou alguém que faça parte dele, usar do dinheiro para viagens de cunho pessoal, ou interesse particular, como por exemplo, passear em Gramado, ou passar as férias em São Paulo, (ou até em coisas menores, como se auto-promover), isso sim é roubalheira. É usar o que é dos outros para benefício próprio.

Obviamente não poderiamos ser vistos como casos iguais, pois o uso do dinheiro para viagens, foram aplicados com intuitos distintos.

Contudo, na situação macro das coisas, não é o que vem acontecendo.

Como disse, mais de 200 deputados vêm usando de suas cotas para viagens pessoais, entretanto, há quem use elas somente para atividades políticas, só que infelizmente são colocadas na vala comum, com a ajuda da mídia, dando a entender que todo político é mal caráter, interesseiro.

Tem como comparar, ou pior, dizer que são iguais, casos em que, de um lado, temos, por exemplo, o próprio presidente da Câmara, Michel Temer, que afirmou ter usado de suas cotas para viajar, juntamente com sua família, para Porto Seguro, no litoral baiano; e do outro, a Luciana Genro, que pagou com sua cota de passagens, para levar de Brasília a Porto Alegre o delegado da PF, Protógenes Queiróz, para palaestrar na capital gaúcha sobre corrupção, uma das principais bandeiras combatidas pela deputada? É claro que não tem comparação! 

Oras, se de um lado vemos um deputado que usou do benefício para seu bem e de seus familiares e de outro, temos uma deputada que usou da vantagem para fins políticos, é possível colocá-los os dois no mesmo saco e dizer que os casos são iguais? Creio que não.

Por essas e por outras que sou a favor do voto nulo!


O gancho do Capitão Gancho (parte 1)

22 abril, 2009

Eu sei que trabalhar com dinheiro público não é algo fácil. Na verdade, é uma responsabilidade que não tem tamanho, pois tudo tem que ser justificado. É claro que aonde este dinheiro será investido, nem sempre é de interesse de todos.

Sendo mais claro: o dinheiro pode ser investido em algo que um grupo A possa não gostar, mas um grupo B goste e vice-versa. Assim como pode ser aplicado em algo que A e B gostem, mas C acha ruim.

Lá na Unisinos, eu faço parte do DA de Comunicação e Recebemos um repasse mensal da universidade de quase 300 reais. E é assim para todos os CAs e DAs. Esse repasse que a Unisinos faz, não é por bondade e preocupação com o Movimento Estudantil dentro do campus, mas sim, por obrigação em retornar o dinheiro dos estudantes, para trabalhos organizados por estudantes.

Há diretórios que preferem recusar esse repasse, pois veem que esta ajuda prejudica na sua independência. É tipo como pensar na Unisinos como os nossos pais e os DAs como os filhos que querem sair de casa. “Oras, como ser independente, se ainda recebo a mesada do papai”? É o pensamento de alguns jovens – e também de alguns DAs e CAs que querem sair debaixo da asa dos pais – no caso, da Unisinos.

Pois bem, assim como há DAs que preferem ser independentes, há também os que acham que o dinheiro repassado pela Unisinos é um direito conquistado. Neste modelo, inclui-se a grande maioria dos Diretórios, inclusive o de Comunicação.

Mas como falei, trabalhar com o dinheiro público não é fácil, porém, a forma como ele é investido, varia de gestão para gestão. Por exemplo, a última gestão do DA de Comunicação, preferiu investir boa parte da grana do estudante, em propagandas de auto-promoção para tentar uma reeleição. Pouco, mas muito pouco mesmo, foi feito com o intuito de gastar a grana do estudante, para o estudante.

O motivo disso era que havia na época, uma gestão pífea, já que não tinham condições de criar atividades para um coletivo, “comprando” idéias prontas de entidades ditas representativas dos estudantes – leia-se UNE e UJS – como poderiam adiministrar bem o bem público?

Picuinhas a parte, e tempos depois, o quadro virou e há quem pense que onde investimos a grana não é de interesse comum. Normal. Isso sempre irá acontecer. Se usamos o dinheiro para organizar uma festa, com o intuito de integrar a galera da comunicação, há quem argumentará que deveriamos usar para debates. Se usamos o dinheiro para trazer alguém para um debate, há quem pense que deveriamos usar para participar de encontros da área. Ainda não chegamos a participar de encontro algum, mas se tivéssemos participado, haveria alguém que diria que o melhor seria investir em festas de integração.

É uma loucura. Como falei, cabe a quem adiminstra a grana, saber onde acha que ela será melhor aplicada para contemplar a maioria. Mas é lógico que ela deve ser investida para atividades políticas, sociais, culturais e/ou desportivas cabiveis ao Diretório.


E as fotos cascata continuam em alta

11 abril, 2009

Eu posso estar ficando louco, mas confesso nunca ter visto esses indicadores de saída das arquibancadas do Olímpico, como mostra a foto.

celso-rothFaz um certo tempo que não vou ao Monumental, por falta de tempo ($$$), mas sempre que posso compareço ao estádio. Porém, contudo, todavia, entretanto, eu realmente nunca prestei atenção nestes sinalizadores. Por outro lado, e posso estar enganado, mas acredito que estes nem existem.

O que me faz crer nisso, é que como a foto foi tirada no momento em que Celso Roth foi demitido do Grêmio, e ia embora do estádio, seria de grande sacação os indicadores mostrando os rumos da saída, como acontece na foto.

Na terça-feira, um dia após a demissão do Roth, Paulo Sant’ana escreveu na sua coluna de Zero Hora e publicou em seu blog (ctrl+c; ctrl+v) o texto intitulado “Sem substituto pra Roth”.

Eu costumeiramente comento em alguns blogs da Zero Hora. O do Paulo Sant’ana muito raramente, exatamente por achar ele um idiota que não sabe o que diz. Mas desta vez comentei, só que não a respeito do texto, e sim falando da foto que ilustrava o texto.

Quero frizar que o comentário que fiz, foi no mesmo dia em que o post foi publicado.

comentario_blog1

A intenção da imagem a cima era de mostrar o post do Sant’ana e ao lado meu comentário que fiz. Mas quem quiser conferir o que escrevi, pode clicar aqui

Por via das dúvidas, marquei o ítem que me informa que meu comentário foi publicado no blog. Eis então que hoje recebo a surpresa. Hoje, dia 11 de abril, recebo o e-mail de confirmação, ou seja, só hoje que meu comentário foi ao ar.

confirmacao

Seria mera coincidência um comentário que foi escrito a quatro dias atrás só ser publicado hoje e mesmo assim, ele ser datado como do dia 7? E mais: seria loucura pensar que, a Zero Hora, para não passar por anti-democrática não publicando meu comentário, só o fez quatro dias depois, depois que o post do Sant’ana já havia caido no esquecimento e ninguém iria ler o comentário perdido entre os muitos outros?

Já imaginaram que chato seria se todos os 91 comentários (logicamente, a maioria gremista e frequentadores do Olímpico) ao irem ao estádio procurassem observar se há ou não os sinalizadores, e caso a resposta fosse negativa, que não há sinalizador algum, como eles poderiam permitir em ser denunciados dentro do próprio meio deles, que é o Blog so Sant’ana?

Sobre foto cascata leiam sobre o caso do Professor Ungaretti no blog Cão Uivador e veja as conseqüencias de criticar as grandes mídias no seu blog particular, o Ponto de Vista


O poder de uma novela

8 abril, 2009

Uma das maiores facinações do povo brasileiro, são as novelas aqui produzidas. São realmente produções incríveis. Produto de exportação, é um sucesso no exterior, do mesmo modo que os filmes Holiwoodanos são para os Estados Unidos, as novelas são para o Brasil.

Mas, assim como os filmes de Holiwood já cairam numa tendência repetitiva padronizada, com mocinho, mocinha e vilão, – e isso independe de ser filme de ação, aventura, comédia ou drama – e com final feliz, as novelas também seguem um padrão. Com mocinhos, mocinhas e vilões. Tem gente que morre no meio da novela e ninguém sabe quem matou e a dúvida segue até o último capítulo. Sem esquecer dos casamentos e dos inumeros trabalhos de parto que acontecem, terminado tudo em final feliz também.

Bem, na relidade, na contemporaneidade, nada mais se cria, tudo se copia. Neste caso, depois que descobriram a fórmula do sucesso para vender as novelas, muda-se o nome, o cenário, os personagens, mas de resto, a história é sempre a mesma.

E é incrível como isso vende. Como o povo se interessa e nem percebe que a novela atual, é igual a anterior, que é igual a anterior e que será igual a futura. A novela sempre foi um meio de manipulação. Todavia, antigamente, além de mais criativa e original, ela procurava fazer uma crítica a sociedade da época, ou o governo vigente. 

Atualmente, as críticas foram deixadas de lado e passaram a ser tratados temas polêmicos pertinentes a sociedade, pautando a mídia, de maneira que as pessoas acabam usando como argumento “o caso da novela”. Quer dizer, a novela fala sobre um assunto específico e a mídia passa a produzir mais notícias sobre o o fato na vida real e, não raramente, comparando com o acontecimento da novela.

Hoje a novela se tornou ainda mais, uma maneira de formar opinião e  isso é visto de maneira escancarada. A construção de um personagem determina se ele será bandido ou mocinho e alguns casos, o que é desenhado como bandido, passa a ser visto como bandido na vida real também. E vice-versa.

Me lembro vagamente de um exemplo que aconteceu na Malhação, no mesmo período (coincidentemente, claro) da onda de greves e invasões às reitorias, em especial na USP e na UnB, que levaram a queda dos seus respectivos reitores, por uso ilícito de verbas públicas para benefício próprio. 

Na novela – se é que podemos chamá-la assim, por ela não ter fim e ninguém se lembrar mais como ela começou – o fato foi que, um grupo de estudantes estavam tentando organizar um Grêmio Estudantil. E era engraçado ver a maneira como eles faziam a inversão de valores, pois  aqueles que gostariam de fazer revindicações estudantis, ou protestar por melhorias na escola, eram desenhados como os baderneiros, que se vestiam de preto, que matavam aula e etc e tal. Já os bonzinhos eram aqueles que simplesmente queriam fazer festas e organizar atividades de auto-promoção, pois afinal, popularidade é o que importa.

Logicamente, a construção da imagem desses personagens na novela, foi refletida na vida real. No caso real, muita gente passou a ver aqueles manifestantes como baderneiros, que só querem matar aula e bla bla bla.

E inocente é quem não acredita nisso. Que pensa que isso é mera coincidência, ou fruto da imaginação de alguém que acredita na Teoria da Conspiração.

Mas é lógico que é muito melhor tentar saber quem matou Odeth Roithman, do que saber onde a governadora tirou dinheiro pra comprar sua casinha, ou que aconteceu com os cidadãos envolvidos no mensalão. Estão presos? Devolveram o dinheiro da cueca?

Conclusão: Vida real é um saco! viva a novela!


Pressa infernal

8 abril, 2009

Duas coisas diariamente me tiram do sério:

– Todos os dias, mais exatamente às 17h41min, eu pego o Diretão lotado do trampo para o centro. Esse não é o problema. O que me incomoda é TODOS que lá dentro estão, saberem que o ônibus vai para um destino comum, logo, todos deverão descer do coletivo no mesmo lugar, a estação de oônibus da Praça XV, ao lado do Mercado Público.

Quando chegamos no centro, no famoso, horário de pico, não é raro pegar uma leve tranqueira, alguns metros antes da estação. Mas parece que o povo não vê que a via está engarrafada e não se dão conta que TODOS irão descer, e logo começam a se coçar, se levantar, e tomar a direção da porta. Agora eu pergunto: Pra quê?

A verdade é que, pra quem tá de pé, como é o meu caso 87,3% das vezes, é um saco ver as pessoas se acumulando no corredor, enquanto o ônibus está preso no trânsito e ainda falta minutos para ele chegar ao fim da linha.

Pô, custa esperar o ônibus parar para se levantar? Acredito que ir se levantando não vai desengarrafar a rua e tampouco fazer o ônibus chegar mais rápido na estação.

– A segunda coisa que me tira do sério, vem logo em seguida. Que me parece ser o processo inverso ao do primeiro caso.

Como estudo na Unisinos, vou para lá de trem, que lógicamente pego depois de descer do Diretão. Após subir a escada rolante, logo depois da roleta, me deparo, todos os dias, com uma multidão na plataforma a espéra do mesmo trem. Nada muito fora do comum. Contudo, quando ele chega, as pessoas se atropelam umas nas outras, se empurram e se apertam pra conseguir um lugar para sentar.

Isso sem falar no desrespeito que com as senhorinhas e os tiozinhos, ignorando-os, como se não tivessem ali olhando para estes apressados com uma cara de “por favor, eu quero me sentar”.

É pressa pra descer do ônibus, pressa subir no trem, é pressa pra tudo. E qual é o motivo de toda essa pressa mesmo? Tem gente que nem sabe, mas tem pressa só pra não perder o costume. Tem pressa de viver e esquece que o melhor da vida se vive sem pressa.

Atualização desatualizada: Fiquei apavorado com o que vi, voltando de Brasília, no feriadão de páscoa, no domingo retrasado. O sinal luminoso de sintos atados nem tinha se apagado, o avião nem tinha parado e as pessoas já estavam se levantando para retirar sua bagagens de mão, formando filas no corredor, antes mesmo de as portas se abrirem para o desembarque. Tinha um cara que se levantou de sua poltrona, naquela pressa, e não deve ter percebido o entruncamento que havia no corredor, ficando de pé todo torto, por ser maior que a distância do chão até o bagageiro de mão, do avião. E por pelo menos, cinco minutos ficou assim. Até que se deu conta que sua posição não estava confortável e voltou a se sentar. Engraçadíssimo!


PRBS? Jamais!

16 março, 2009

Quando digo as pessoas que estudo jornalismo, logo me perguntam se eu quero trabalhar na RBS. Prontamente respondo dizendo um seco não.

Quer dizer, como dizem que “em época de guerra, qualquer buraco é trincheira” não vou dizer que NUNCA trabalharei lá. Porém, só o farei em caso de extrema necessidade financeira. Mas posso dizer com todas as palavras que NUNCA exercerei minha profissão naquele antro por vontade própria.

E posso dizer isso, por discordar completamente de sua política e não agir dentro daquilo que a gente aprende na acadêmia de comunicação, sobre integridade, imparcialidade, veracidade dos fatos, além da, sempre almejada, liberdade de imprensa.

Sei que muito do que aprendemos é baléla, mas poderia existir um esforcinho, né?

O motivo que me fez escrever este post, refere-se em especial, a este parágrafo:

“(…)

 Com as atribuições esvaziadas pelos superiores, na prática Protógenes apenas cumpre expediente. Seus compromissos mais frequentes são as palestras que tem ministrado em universidades e sindicatos, verborragia que a PF quer estancar. Em breve, ele não será mais autorizado a deixar o trabalho para pregar contra o governo, a oposição, a polícia, a Justiça, a imprensa e, claro, contra Dantas, a quem só se refere como “banqueiro bandido”.

(…)”

Será que o jornalista Fábio Schaffner, que escreveu tal reportagem, esqueceu de ouvir o outro lado da história? Ou será que o uso de palavras como “verbofagia” e “pregar” foram mera casualidade por falta de expressões mais adequadas? Será que ele não sabe que a VEJA não serve como fonte?

Mas o que mais me tira do sério, além do fato da clara posição deste, dito jornalista, é a forma como ele consegue tenta transformar Protógenes Queiróz em bandido, quando na verdade, deveria ser visto como uma pessoa que tenta combater a corrupção.

Protogénes prende o ex prefeito de São Paulo, Celso Pitta, o banqueiro Daniel Dantas e o especulador Naji Nahas, por diversas fraudes e, diversas mídias, não só a ZH, tentam de todas as maneiras transformá-lo em bandido, enquanto os verdadeiros bandidos, eles passam por santinhos.

Todo mundo sabe que a comunicação, em especial o jornalismo, é o quarto poder. É a maior ferramenta que se pode ter nas mãos, pois ela pode erguer e destruir, pode ajudar, como pode derrubar. Não é do meu interesse me tornar parte desta máfia, que busca de forma discreta, formar a opinião de seu público.

Quem for esperto se liga na malandragem casual que te injetam diariamente.


Segurança, justiça e outras coisas desconhecidas

12 março, 2009

Alguém aqui já foi assaltado? Pois é, eu já. Algumas vezes. E posso garantir a vocês que não é das melhores sensações a sentir. Na real é uma merda. Imagina, todas aquelas coisas que você suou para comprar, que teve que parcelar em algumas vezes para poder ter, ser levada por um sujeito que já perdeu a crença no mundo e que irá vender tudo por uma pechincha para comprar pedras de crack.

É uma indignação sem tamanho. Se não bastasse, a polícia que deveria nos proteger, nunca, eu disse NUNCA, cumpre seu papel. Como de praxe, após ser chamada, leva em torno de meia hora para aparecer. É óbvio que com esse tempo, não jeito para buscar qualquer ladrão.

As vezes, eles até sabem a onde vão. Mas porque eles iriam buscar alguns viciados em crack armados, que, loucos da pedra, não tem nada a perder? Se a polícia aparecesse onde estão, com certeza tomariam chumbo grosso.

Se ao menos recebesse um salário digno, talvez a situação fosse outra…

Enfim. O que quero dizer é que ser assaltado não é só uma merda. É uma bosta. Então você começa a pensar naquelas coisas a respeito do desapego ao material. E funciona, afinal, você saiu com vida daquele 1 minuto que mistura fúria, adrenalina e tensão.

Tirando a chatiçe de ter que refazer documentos e tudo aquilo que havia dentro da carteira, você sabe que está vivo. Que nada lhe aconteceu a não ser o abalo moral. A injustiça social.

Mas por pior abalo que a sua moral tenha, tu se recupera. Aquelas coisas que tu tinha, tu recupera. Mas e como fica a pessoa em caso de quem roubaram a dignidade?

Oras, eu acredito que o estupro também é um tipo de roubo. Roubam a liberdade de escolha. Sujeitos sem escrúpulos utilizam-se de força para conseguir o querem. Como em um assalto. E muitas vezes, roubam a infância.

E esse tipo de assalto, com certeza, é abalo emocional que a vítima levará consigo para sempre.

Todos devem ter acompanhado o caso da menina de 9 anos que foi estuprada pelo padrasto e que engravidou de gêmeos. Pois é. Como se não bastasse tudo que lhe foi levado, a igreja católica acredita que não foi o bastante. Deveriam ter levado também a sua vida.

A menina nem tem seu corpo formado ainda e já estava gravida. DE GEMEOS! Em que condições físicas essa menina teria para ter estes bebês? A resposta é óbvia: nenhuma! Provavelmente morreria, antes mesmo de completar os nove meses de gestação.

A coisa mais sensata a fazer, é lógico, seria realizar um aborto. E foi o que aconteceu. Porém, a igreja católica acha que isso sim foi um crime. Não contente, excomungou todos os médicos que participaram da ação, a mãe da menina que concordou com o ato. E o padrasto? As leis da igreja não tem nada que diz sobre aborto, então, nada lhe aconteceu. Quer dizer, foi preso. A essa hora, já deve ter perdido as pregas, pois virou a mocinha da cela em que reside agora. Esse aí vai pagar o seus pecados pelas útlimas 10 vidas que ele teve.

E se não bastasse, um arcebispo ortodoxo que acredita que um estupro é terrivel, mas um aborto é pior, e teve o apoio do Vaticano em suas declarações, contratou um grupo de advogados para processar a mãe da menina.

Que mundo é esse? Que país é esse, que ainda tem gente que é contra o aborto e o direito a liberdade de escolha. O direito a vida. 

O que acho mais engraçado, é que no Seminários – local de formação de padres – , é onde há o maior número de casos de pedofilia. Pera aí. Se os seminários são para formação de padres, imagina-se que só tenha homens. E se só há homens e é onde onde ocorrem casos de pedofília, imagina-se que??? Se você pensou em abuso de crianças por parte dos padres, pensou certo. E NINGUÉM FAZ NADA!!!

Até fazem. Os padres processam quem menos tem culpa disso tudo. A mãe da menina, que pensando no bem dela, na vida que ela tem pela frente, na infância que lhe foi levada, autorizou o aborto.

Autoridades, tá na hora das coisas mudarem. Vamos botar a cabeça em 2009 e ver que não dá mais pra viver como a 100 anos atrás. A igreja não tem mais nenhuma influência. Obedecer o que eles dizem, é um atraso para a sociedade.

Ser excomungado, nos dias de hoje, não significa mais nada. Se tu é batizado, tu deixa de ser. Se tu é catequisado, tu deixa de ser. Se tu é crismado, tu deixa de ser. Se tu casou na igreja, tu deixa de ser. Se tu não é, não pode casar. Agora eu pergunto: E daí?

Se  é para o avanço da sociedade e a queda da igreja católica, eu também quero ser excomungado!

LEGALIZAÇÃO DO ABORTO, JÁ!!!