Agora passemos este exemplo de proporções micro, para um tamanho maior, de envolvimento e participação, mesmo que indireta, de todos os cidadãos.
Todo mundo aqui paga, ou deveria pagar, regularmente seus impostos. Impostos esses, que não são nada baratos, assim como as mensalidades da Unisinos, que além dos repasses, investem em coisas que a gestão atual acredita ser de interesse ou agrado do bem comum da comunidade acadêmica da universidade. Hoje priorizam uma coisa, amanhã outra gestão priorizará outra.
Bem, isso acontece, ou deveria acontecer, também com nossos impostos. Assim como a mensalidade, deveriamos ter um retorno daquilo que pagamos com as taxas e tudo mais.
O imposto que pagamos deveria suprir nossas necessidades básicas como: saúde, educação, saneamento, segurança…, como dizem que deveria ser uma democracia. Porém, com uma má gestão, não é bem assim que a banda toca.
Na real, eu nem falaria em má adimistração. Eu diria sacanagem mesmo. A maioria dos políticos usam do dinheiro público para benefício próprio, como por exemplo, o caso do uso indevido das cotas de passagens áereas.
Mais de 200 deputados, de um total de 513, utilizaram das cotas para viagens a passeio pelo Brasil, Estados Unidos e Europa. E se não bastasse, usaram de suas cotas para “ajudar” seus parentes ou amigos a viajarem também, nestes “passeios” de férias, ou não.
Eu, particularmente, não sou contra que os Deputados tenham cotas para viajarem pelo Brasil e exterior, contanto que a viagem feita tenha como finalidade alguma atividade política. Também não sou contra que os deputados utilizem de suas cotas para custear a viagem de terceiros com a mesma finalidade.
Mesmo que eu fosse contra, isso é claramente autorizado pelo regimento interno da Câmara, que prevê que as cotas são de uso para atividades políticas.
Uma volta rápida a análise micro das coisas…
A grana que o DA recebe da Unisinos, pra mim, pode, e deve, ser investido em encontros de estudantes, seja ele em Caxias do Sul, Curitiba ou São Luis do Maranhão. Mesmo que representando o diretório só vá uma única pessoa. É o uso do dinheiro público para uma viagem, com uma finalidade política.
Porém, se algum DA ou alguém que faça parte dele, usar do dinheiro para viagens de cunho pessoal, ou interesse particular, como por exemplo, passear em Gramado, ou passar as férias em São Paulo, (ou até em coisas menores, como se auto-promover), isso sim é roubalheira. É usar o que é dos outros para benefício próprio.
Obviamente não poderiamos ser vistos como casos iguais, pois o uso do dinheiro para viagens, foram aplicados com intuitos distintos.
Contudo, na situação macro das coisas, não é o que vem acontecendo.
Como disse, mais de 200 deputados vêm usando de suas cotas para viagens pessoais, entretanto, há quem use elas somente para atividades políticas, só que infelizmente são colocadas na vala comum, com a ajuda da mídia, dando a entender que todo político é mal caráter, interesseiro.
Tem como comparar, ou pior, dizer que são iguais, casos em que, de um lado, temos, por exemplo, o próprio presidente da Câmara, Michel Temer, que afirmou ter usado de suas cotas para viajar, juntamente com sua família, para Porto Seguro, no litoral baiano; e do outro, a Luciana Genro, que pagou com sua cota de passagens, para levar de Brasília a Porto Alegre o delegado da PF, Protógenes Queiróz, para palaestrar na capital gaúcha sobre corrupção, uma das principais bandeiras combatidas pela deputada? É claro que não tem comparação!
Oras, se de um lado vemos um deputado que usou do benefício para seu bem e de seus familiares e de outro, temos uma deputada que usou da vantagem para fins políticos, é possível colocá-los os dois no mesmo saco e dizer que os casos são iguais? Creio que não.
Por essas e por outras que sou a favor do voto nulo!