O gancho do Capitão Gancho (parte 2)

22 abril, 2009

Agora passemos este exemplo de proporções micro, para um tamanho maior, de envolvimento e participação, mesmo que indireta, de todos os cidadãos.

Todo mundo aqui paga, ou deveria pagar, regularmente seus impostos. Impostos esses, que não são nada baratos, assim como as mensalidades da Unisinos, que além dos repasses, investem em coisas que a gestão atual acredita ser de interesse ou agrado do bem comum da comunidade acadêmica da universidade. Hoje priorizam uma coisa, amanhã outra gestão priorizará outra.

Bem, isso acontece, ou deveria acontecer, também com nossos impostos. Assim como a mensalidade, deveriamos ter um retorno daquilo que pagamos com as taxas e tudo mais.

O imposto que pagamos deveria suprir nossas necessidades básicas como: saúde, educação, saneamento, segurança…, como dizem que deveria ser uma democracia. Porém, com uma má gestão, não é bem assim que a banda toca.

Na real, eu nem falaria em má adimistração. Eu diria sacanagem mesmo. A maioria dos políticos usam do dinheiro público para benefício próprio, como por exemplo, o caso do uso indevido das cotas de passagens áereas.

Mais de 200 deputados, de um total de 513, utilizaram das cotas para viagens a passeio pelo Brasil, Estados Unidos e Europa. E se não bastasse, usaram de suas cotas para “ajudar” seus parentes ou amigos a viajarem também, nestes “passeios” de férias, ou não.

Eu, particularmente, não sou contra que os Deputados tenham cotas para viajarem pelo Brasil e exterior, contanto que a viagem feita tenha como finalidade alguma atividade política. Também não sou contra que os deputados utilizem de suas cotas para custear a viagem de terceiros com a mesma finalidade.

Mesmo que eu fosse contra, isso é claramente autorizado pelo regimento interno da Câmara, que prevê que as cotas são de uso para atividades políticas.

Uma volta rápida a análise micro das coisas…

A grana que o DA recebe da Unisinos, pra mim, pode, e deve, ser investido em encontros de estudantes, seja ele em Caxias do Sul, Curitiba ou São Luis do Maranhão. Mesmo que representando o diretório só vá uma única pessoa. É o uso do dinheiro público para uma viagem, com uma finalidade política.

Porém, se algum DA ou alguém que faça parte dele, usar do dinheiro para viagens de cunho pessoal, ou interesse particular, como por exemplo, passear em Gramado, ou passar as férias em São Paulo, (ou até em coisas menores, como se auto-promover), isso sim é roubalheira. É usar o que é dos outros para benefício próprio.

Obviamente não poderiamos ser vistos como casos iguais, pois o uso do dinheiro para viagens, foram aplicados com intuitos distintos.

Contudo, na situação macro das coisas, não é o que vem acontecendo.

Como disse, mais de 200 deputados vêm usando de suas cotas para viagens pessoais, entretanto, há quem use elas somente para atividades políticas, só que infelizmente são colocadas na vala comum, com a ajuda da mídia, dando a entender que todo político é mal caráter, interesseiro.

Tem como comparar, ou pior, dizer que são iguais, casos em que, de um lado, temos, por exemplo, o próprio presidente da Câmara, Michel Temer, que afirmou ter usado de suas cotas para viajar, juntamente com sua família, para Porto Seguro, no litoral baiano; e do outro, a Luciana Genro, que pagou com sua cota de passagens, para levar de Brasília a Porto Alegre o delegado da PF, Protógenes Queiróz, para palaestrar na capital gaúcha sobre corrupção, uma das principais bandeiras combatidas pela deputada? É claro que não tem comparação! 

Oras, se de um lado vemos um deputado que usou do benefício para seu bem e de seus familiares e de outro, temos uma deputada que usou da vantagem para fins políticos, é possível colocá-los os dois no mesmo saco e dizer que os casos são iguais? Creio que não.

Por essas e por outras que sou a favor do voto nulo!


O gancho do Capitão Gancho (parte 1)

22 abril, 2009

Eu sei que trabalhar com dinheiro público não é algo fácil. Na verdade, é uma responsabilidade que não tem tamanho, pois tudo tem que ser justificado. É claro que aonde este dinheiro será investido, nem sempre é de interesse de todos.

Sendo mais claro: o dinheiro pode ser investido em algo que um grupo A possa não gostar, mas um grupo B goste e vice-versa. Assim como pode ser aplicado em algo que A e B gostem, mas C acha ruim.

Lá na Unisinos, eu faço parte do DA de Comunicação e Recebemos um repasse mensal da universidade de quase 300 reais. E é assim para todos os CAs e DAs. Esse repasse que a Unisinos faz, não é por bondade e preocupação com o Movimento Estudantil dentro do campus, mas sim, por obrigação em retornar o dinheiro dos estudantes, para trabalhos organizados por estudantes.

Há diretórios que preferem recusar esse repasse, pois veem que esta ajuda prejudica na sua independência. É tipo como pensar na Unisinos como os nossos pais e os DAs como os filhos que querem sair de casa. “Oras, como ser independente, se ainda recebo a mesada do papai”? É o pensamento de alguns jovens – e também de alguns DAs e CAs que querem sair debaixo da asa dos pais – no caso, da Unisinos.

Pois bem, assim como há DAs que preferem ser independentes, há também os que acham que o dinheiro repassado pela Unisinos é um direito conquistado. Neste modelo, inclui-se a grande maioria dos Diretórios, inclusive o de Comunicação.

Mas como falei, trabalhar com o dinheiro público não é fácil, porém, a forma como ele é investido, varia de gestão para gestão. Por exemplo, a última gestão do DA de Comunicação, preferiu investir boa parte da grana do estudante, em propagandas de auto-promoção para tentar uma reeleição. Pouco, mas muito pouco mesmo, foi feito com o intuito de gastar a grana do estudante, para o estudante.

O motivo disso era que havia na época, uma gestão pífea, já que não tinham condições de criar atividades para um coletivo, “comprando” idéias prontas de entidades ditas representativas dos estudantes – leia-se UNE e UJS – como poderiam adiministrar bem o bem público?

Picuinhas a parte, e tempos depois, o quadro virou e há quem pense que onde investimos a grana não é de interesse comum. Normal. Isso sempre irá acontecer. Se usamos o dinheiro para organizar uma festa, com o intuito de integrar a galera da comunicação, há quem argumentará que deveriamos usar para debates. Se usamos o dinheiro para trazer alguém para um debate, há quem pense que deveriamos usar para participar de encontros da área. Ainda não chegamos a participar de encontro algum, mas se tivéssemos participado, haveria alguém que diria que o melhor seria investir em festas de integração.

É uma loucura. Como falei, cabe a quem adiminstra a grana, saber onde acha que ela será melhor aplicada para contemplar a maioria. Mas é lógico que ela deve ser investida para atividades políticas, sociais, culturais e/ou desportivas cabiveis ao Diretório.


Cadê o binóculos?

11 março, 2009

Foto: Dida Sampaio – AE

 


Comissão do Senado convoca Dilma para falar sobre dossiê

15 abril, 2008
Oposição aprovou requerimento que obriga Dilma a ir à Comissão de Infra-estrutura. A ministra precisa comparecer em até 30 dias sob pena de crime de responsabilidade.

EDUARDO BRESCIANI
FAUSTO CARNEIRO
Do G1, em Brasília

A Comissão de Infra-estrutura do Senado aprovou, nesta terça-feira (15), em votação “relâmpago”, a convocação da minstra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para dar esclarecimentos sobre o suposto dossiê com gastos do governo Fernando Henrique Cardoso. A ministra precisa comparecer em até 30 dias sob pena de crime de responsabilidade se não atender à convocação.

A mesma comissão já havia aprovado convocações para a ministra falar sobre o PAC e a usina hidrelétrica de Belo Monte. A convocação para falar do dossiê foi uma manobra da oposição, que se valeu do baixo quórum na sessão de sabatina de Mário Rodrigues Júnior, indicado para uma diretoria da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

O autor do requerimento de convocação é o senador Mário Couto (PSDB-PA). Para ele, o assunto não é “estranho” às atribuições da comissão. “O artigo 50 da Constituição dá amplo direito para que a comissão possa requerer a qualquer momento a presença de qualquer ministro. Não sei por que esse medo de deixar ela vir aqui”, argumentou. O presidente da Comissão de Infra-estrutura do Senado é da oposição: Marconi Perillo (PSDB-GO).

Reação

A manobra provocou reação da base do governo. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), entrou na comissão com um requerimento pedindo a derrubada da nova convocação. Ele apresentou, ainda, outro requerimento para trocar a convocação sobre o PAC para convite. Com isso, a presença de Dilma deixaria de ser obrigatória. A ministra deve comparecer à audiência sobre o PAC no final de abril.

Por volta das 15h55, Marconi Perillo chegou a ler os requerimentos de Jucá, mas decidiu encerrar a reunião sem a votação. Para o tucano, as convocações da ministra são “matérias vencidas” na comissão. Só cabe, agora, recurso ao plenário do Senado.

A líder do PT, Ideli Salvatti (SC), criticou a nova jogada da oposição. “Eles perceberam o quórum e, em três minutos, tentam, de novo, esse golpe de convocar a Dilma para falar do dossiê. Nós não podemos aceitar.” Ideli e Jucá saíram da reunião às pressas.

Ao sair da sala em que ocorria a reunião, Jucá reuniu cerca de seis senadores aliados e disse, em tom de ameaça, que os senadores governistas não poderiam mais dar quórum à comissão, para o governo não ser ‘surpreendido’ com esse tipo de atitude.

O vice-líder do PMDB na Casa, Valter Pereira, (PMDB-MS), criticou a oposição e não descartou um recurso ao plenário do Senado. “Existe um Senado e estão querendo transformar as comissões técnicas em outros ‘Senadinhos’. Não tem lógica convocar a ministra para falar de cartão corporagivo nesta comissão.”

‘Vazamento de discurso’

A Casa Civil informou ao G1 que a ministra não fez comentários ao ser informada da convocação do Senado. A assessoria informou que Dilma não falará sobre o suposto dossiê enquanto a investigação da Polícia Federal e a auditoria do Instituto Nacional de Tecnologia de Informação (ITI) não forem concluídas.

Pela manhã, durante a 11a Marcha dos Prefeitos e com Dilma presente, o presidente Lula fez uma brincadeira com referência indireta ao vazamento de informações do suposto dossiê.

“O problema é que seu sempre trago um discurso por escrito, e os prefeitos que vêm falar antes de mim falam as coisas que estão escritas aqui. Ou nós copiamos o discurso deles ou eles copiam os meus. Deve ter vazamento de informações”, disse Lula, provocando gargalhadas na platéia. A ministra Dilma Rousseff deixou o evento sem falar com a imprensa.

Notícia retirada do portal G1