Como vou saber o que quero, se só conheço um lado?

Não existe assunto mais polêmico no meio jornalístico do que a questão da regulamentação, ou não, do diploma da profissão. No meio acadêmico de comunicação, essa é a ordem do dia. Há varios dias, diga-se de passagem.

Na universidade, vemos os professores preocupados em defender com unhas e dentes a obrigatoriedade do canudo. E não é por menos. Eles, como pessoas que praticam a arte de lecionar, podem estar com os dias contados. Não que o jornalismo como profissão vá acabar, mas a busca pelo curso poderia cair e isso levaria a demissão em massa dos grandes mestres. Ou poderia acontecer o contrário. Pessoas, que pouco se importam com o diploma, e sabem que não será um pedaço de papel que vai te diferenciar dos demais, ou destacar suas qualidades,  farão o curso pela formação acadêmica, compreendendo as questões teóricas, éticas e  morais que engloba a profissão de jornalista. Além claro, de um bom apurador de notícias, pelo simples fato de ser um apaixonado pelo jornalismo.

Porém,  de nada vale debater se o diploma é ou não é importante, quando vemos tudo que aprendemos nas salas de aula cairem por terra, toda vez que a discussão é travada entre professores e acadêmicos. Todo aquele papo de democratização das mídias, de que sempre temos que ouvir os dois lados da notícia, buscando a imparcialidade dos resultados e cuidar, por mais que seja dificil, de nunca formar opinião, soa bonito pelos quatro cantos da sala, mas na prática, a realidade é outra.

Atualmente, dentro das universidades, essa questão do diploma não é discutida. Ela é imposta. Ou tu é a favor do diploma ou tu é a favor do diploma. Não existe outra opção. Agora me pergunto: Cadê a democratização da comunicação? Cadê a imparcialidade? Cadê os cuidados para não formar opinião?
Tudo isso que primamos, não existe. É lenda!

A faculdade trás palestras e faz campanha, mostrando apenas um lado dessa moeda, ao invés de promover debates, deixando que seus estudantes escolham o que concideram melhor para si. Mas não, oculta-se o outro lado e bombardeia com a opinião que lhes convém. É capaz de qualquer dia sair uma votação para saber a opinião dos estudantes. Conheçendo apenas um lado dessa discussão, o que será que eles votarão?

Ora, se na faculdade, que deveria ser um lugar neutro de opiniões, polêmicas como essa não são debatidas, imagina o que teremos que enfrentar no mercado de trabalho.

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